Always

Ouvindo Always

Abriu o vinho.

Sentou na minha frente na única cadeira da cozinha. Encostei-me na mesa. Me olhou enquanto tocava as taças. Dividiu a bebida gelada em dois. Quanto tempo fará nossos corações passarem por isso? Zé, não. Regina... Acabou. Achei que tivéssemos combinado. Seremos somente amigos. Eu prometo... Não. Sem promessas. CANSEI. Me dá outra chance. Somos incríves juntos. Éramos. Dei mais de uma oportunidade. Desperdiçou. Fraquejei,acontece. Me doei,acreditei. Você magoou tudo aqui dentro. Ele se levanta. Ficamos frente um ao outro. 
Silêncio.
Achei que ele realmente estava ali como amigo. Ao passo que sinto alívio por ver que não engoliu essa história. Colocou a mão esquerda no bolso. Havia esquecido como fica bem de traje social. Quis quebrar o climão. Como saio dessa? Música. Meu smartphone tinha desligado na playlist do Bon Jovi. Droga! Regina... Espera só um segundo, Zé. Ele não para de falar. Ignora meu pedido.
Não sei se consigo te esquecer.
Ignoro o celular. O vinho faz efeito assim tão rápido? Ele dá um passo em direção a mim. Ficando perigoso. Sai. Regina. Zé. Sinto teu respirar. Me imagino tirando tua camisa bem passada com força; já disse, sai! Ele retira nossas taças das mãos. Always. Dá vontade de explodir com essa música. Último segundo de razão. Ele me puxa pela cintura. Nossas bocas se inundam. Vinho e saliva nunca foram tão perfeitos juntos. Saudade é pólvora para nossos corpos. Ele me joga para cima da mesa de madeira. Tiro seu cinto rapidamente e ele, com destreza, sobe meu vestido branco. O perfume dele continua o mesmo de quando namorávamos. O toque tem mais pegada. Mas o olhar... quando fitou-me segurando meu rosto sobre mim, juro que inundava entre as pernas. O olhar dele era definitivamente o melhor daquela situação. Bem, isso até retirarmos toda a nossa roupa e joga-las 

no chão.